Camões 2024

Manifesto

10 cantos, 10 países, 10 territórios, 10 vozes

1. Brasil – Diversidade e Inovação:

Celebramos a rica diversidade cultural e linguística do Brasil, comprometendo-nos a promover a inovação e a modernidade na interpretação da obra de Camões, refletindo a dinâmica e a energia deste país.

2. Angola – História e Resiliência:

Reconhecemos a resiliência e a história de Angola, incentivando o estudo de Camões como uma ponte para entender as complexas relações históricas e culturais luso-angolanas.

3. Moçambique – Natureza e Arte:

Inspiramo-nos na beleza natural e na riqueza artística de Moçambique para explorar as representações da natureza e da humanidade na obra de Camões, promovendo um diálogo entre arte e literatura.

4. São Tomé e Príncipe – Ecologia e Sustentabilidade:

A partir de São Tomé e Príncipe, enfatizamos a importância da ecologia e da sustentabilidade, utilizando a obra de Camões para fomentar uma consciência ambiental dentro da comunidade lusófona.

5. Guiné-Bissau – Tradição e Oralidade:

Valorizamos as tradições orais e culturais da Guiné-Bissau, integrando-as na interpretação e disseminação da obra de Camões, fortalecendo a oralidade como uma dimensão vital da lusofonia.

6. Cabo Verde – Música e Poesia:

Celebramos a rica tradição musical e poética de Cabo Verde, incentivando a fusão da música com a poesia de Camões, criando novas formas de expressão artística dentro da língua portuguesa.

7. Timor-Leste – Paz e Reconciliação:

A partir das experiências de Timor-Leste, promovemos a obra de Camões como um meio de fomentar a paz, a reconciliação e o entendimento mútuo entre povos e culturas.

8. Macau – Encontro de Culturas:

Honramos a posição única de Macau como um ponto de encontro entre o Oriente e o Ocidente, utilizando a obra de Camões para explorar a riqueza resultante desses encontros culturais.

9. Portugal – Raízes e Identidade:

Reafirmamos o compromisso com as raízes e a identidade portuguesa, honrando a terra natal de Camões e promovendo a sua obra como símbolo da identidade e da expressão cultural portuguesa.

10. Guiné Equatorial – Expansão e Diversidade Linguística:

Reconhecendo a mais recente adição à comunidade lusófona, a Guiné Equatorial, enfatizamos a expansão e a diversidade linguística da língua portuguesa, abrindo novos horizontes para a sua prática e estudo.

Sem jornalismo não há democracia

“Se me fosse deixado decidir se deveríamos ter um governo sem jornais ou jornais sem um governo, não hesitaria um momento em preferir o último.” A reflexão de Thomas Jefferson, embora seja um eco do passado, ressoa fortemente no presente, especialmente à luz dos recentes acontecimentos em Portugal, onde o empobrecimento do jornalismo de qualidade tem sido uma preocupante realidade.

Recentemente, testemunhamos um momento histórico com o “Jornal de Notícias” (JN), um dos mais antigos e respeitados jornais de Portugal que, pela primeira vez na sua história – 136 anos – não se publicou dois dias consecutivos.

Também primeira vez em 35 anos, o JN não chegou às bancas, resultado de uma greve dos trabalhadores em resposta a um anunciado despedimento coletivo pelo Global Media Group, que ameaçava o emprego de cerca de 150 trabalhadores, incluindo 40 do próprio JN.

Esta greve, com uma adesão próxima de 100%, não foi apenas um ato de protesto contra as demissões, mas também um símbolo da luta pela preservação da qualidade e integridade no jornalismo.

A situação do JN é um microcosmo do que está acontecendo no jornalismo globalmente. Com a digitalização e as mudanças no modelo de negócios da mídia, jornais tradicionais estão lutando para sobreviver. E, quando essas instituições sofrem, toda a sociedade sofre junto. O jornalismo de qualidade é essencial para a manutenção de uma sociedade informada e uma democracia saudável. É um guardião contra os excessos do poder e um fórum para o debate público.

A greve no JN é um lembrete pungente de que o jornalismo não é apenas uma profissão; é um pilar essencial da democracia. Sem ele, perdemos mais do que apenas uma fonte de notícias; perdemos um elemento vital que contribui para a saúde e o bem-estar de nossa sociedade. O episódio do JN destaca a necessidade urgente de apoiar e revitalizar o jornalismo de qualidade, assegurando que ele continue a desempenhar seu papel crítico na sociedade.

Portanto, assim como Jefferson valorizava a presença de jornais até mesmo acima de um governo, devemos reconhecer e valorizar o papel insubstituível que um jornalismo forte e independente desempenha em nossa sociedade. A crise enfrentada pelo Jornal de Notícias é um chamado à ação para todos nós que valorizamos a informação confiável, a análise profunda e o debate saudável, elementos fundamentais para a manutenção de uma sociedade democrática e informada.