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Coimbra no tempo de Camões (III)
OS COLÉGIOS DA RUA DA SOFIA, LADO NORTE
maio 17 | 14:30 – 17:00
O início da reforma do ensino superior empreendida por D. João III, foi iniciada nas décadas de 1530 e 1540. Tendo na primeira fase a criação do colégio das artes, este que posteriormente passaria a colégio Jesuítica e seguir seria ocupado pela inquisição
Numa fase prévia planeia-se que as novas instalações universitárias se situem na Baixa de Coimbra no seio do Mosteiro de Santa Cruz e irradiando deste.
Em outubro de 1537, talvez por divergência com o prior do Mosteiro de Santa cruz ou ainda por ser mais fácil e rápido a sua construção, e meio ano após a transferência de Lisboa para Coimbra, o rei decidiu que, afinal, a Universidade– os «estudos« ou os «gerais» – ficavam na Alta e que na rua da Sofia na Baixa se fixariam colégios propedêuticos de religiosos.
Esta maravilhosa rua renascentista foi lançada no tempo em que Luís de Camões era jovem. A primeira referência à intenção de abertura da Rua da Sofia surge numa carta régia, de 17 de abril de 1535, tinha o Luís de Camões 11 anos e a 20 de março de 1538 é o primeiro documento em contrato onde surge a sua designação: «Rua de Santa Sofia». Neste contrato é obrigatório as suas regras urbanísticas, de modo a assegurar a sua regularidade com um alinhamento a partir do Mosteiro de Santa Cruz.
Um dos lados da Rua da Sofia, a NE, o lado mais nobre foi destinando à instalação de colégios e no lado oposto foi destinado à construção de casas, prioritariamente para professores, mas também para estudantes e funcionários e outros servidores comerciais, regra depois ultrapassada quando se instalou o colégio de São Tomás e o colégio mais fruste de São Boaventura
Assim temos no lado NE o colégio de São Bernardo, Colégio do Carmo, Colégio da Graça e Colégio de São Pedro e no lado oposto os dois referidos.
Todos eles tinham a sua igreja, dormitórios e os claustros com dois pisos, com origem no arquiteto Diogo Castilho.
A abertura da Rua da Sofia foi um ato urbanística marcante no século XVI revolucionária para o urbanismo da cidade, com novo acesso a norte, passando perto da gafaria e vendo erguida a porta de Santa Margarida como entrada e no lado oposto o Mosteiro de Santa Cruz.
Nestes passeios iremos visitar Coimbra quinhentista, no tempo de Camões, com a sua arte quinhentista, visitando 6 igrejas (duas em ruínas), 5 claustros, um pátio, pintura, azulejaria, escultura, vestígios da inquisição…numa rota que vai desde o século XII ao século XX, com destaque para Coimbra quinhentista no tempo de Luís de Camões.